por Taty Beija Flor
Foi assim… indicados por Marina Corrêa e convidados por Gabriel Coiso, partimos para Marília City: Eu (Taty Beija Flor) dirigindo, Li Barbosa de co-piloto e Rafael Maia no banco de trás (bem ao meio para ver a estrada)… No caminho os assuntos do dia-a-dia e a ansiedade evidente de Rafael: “Quanto tempo demora para passar 40 KM?”. Bem próximo a Marília, colocamos o CD da trilha sonora de nossa performance e fomos discutindo, até mesmo alterando algumas ações.
Ao chegarmos na cidade fomos recepcionados por Gabriel Coiso, Marina Corrêa e Janina, seguimos sentido ao Espaço Cultural Cão Pererê… Fomos mega-bem recepcionados! Nossa que lugar diferente, uma decoração autêntica, tudo muito bonito e único!
Subimos no andar de cima (não dá para subir no porão, mas tudo bem, rs) e assistimos a passagem de som das bandas! No intervalo aproveitamos para tirar fotos diferentes, naquele local diferente! Fomos ao posto de gasolina e lá tomamos um café, conversamos com uma caixa mega-simpática e compramos um jornal, o qual falava da ida do grupo Fruta Cósmica a Marília e da história recente de sua composição (foi muito legal ver isso).
Perdidos no meio da boa receptividade do pessoal de Marília, da aparência autentica do bar e do som original que a banda CabouTchan fazia, nos perdemos e já era a hora de apresentar e não estávamos prontos… Correria, ajuda (de Marina e Janina) e ainda mudança de planos: o melhor local para fazer a cena passa a ser o espaço de baixo, próximo ao bar… Todos arrumados, Rafael com seu corpo todo pintado (Marina e Janina também com parte de seus corpos pintados, rs) a primeira música da trilha foi posta e Rafael sobe as escadas do “camarim improvisado” (o porão mágico do bar) em dez segundos o silêncio foi pairando e agora quem subia era Li Barbosa e por fim eu, Taty Beija Flor. Começava o Agridoce.
Sentia a presença do público por todos os lados, principalmente nas costas, já que o pessoal da rua também se aglomerou para ver a cena, impressionante a troca de energias e de sensações instantâneas, sem palavras, sem nenhuma palavra, “apenas com gestos” e, ao final da cena, impulsionada pela trilha de Moby (que aliás recebeu um grito eufórico de um observador de fora do bar: “MOOOOBYY CARAAA!”) o olhar a todos os presentes.
Encerrada a cena, ao sair do porão, tive feedbacks muito interessantes, diziam que a surpresa com o silêncio do público havia sido algo inédito, elogiavam até mesmo o figurino diante do frio que fazia e até mesmo o elogio de alguém que pontuava não gostar de teatro, todos que por nós passavam faziam alguma colocação à respeito; a indiferença era excluída.
Pra não dar tempo ao público, caloroso e incansável, fomos convidados pra uma rápida entrevista, enquanto Lisabi subia ao palco, fechando de forma digna e coerente mais um evento do Caipira Bruto Coletivo.